Sobre a "sorte de um amor tranquilo"...

E vida de quem escreve é assim... Temos que largar tudo quando o "pluft" da inspiração nos cutuca...rs

Tenho um monte de coisas para fazer: relatórios, atividades online para enviar até meia-noite, duas provas agendadas para terça-feira e uma prova online no próximo sábado... Estava eu estudando e tentando enviar alguns exercícios quando decidi relaxar por uns minutinhos. Abri o Facebook e vi uma foto com a seguinte frase: "EU QUERO A SORTE DE UM AMOR TRANQUILO".

Esta frase é de uma música do Cazuza, chamada "Todo amor que houver nessa vida" (Clique para ouvir). Já a conhecia, até cheguei a postá-la. Mas só hoje comecei a pensar e me perguntar o que seria esse tal "amor tranquilo".

Logo imaginei aquele casal perfeito, típico de comédia romântica. Os dois andam sempre de mãos dadas, concordam em tudo. Ouvem as mesmas músicas, assistem aos mesmos filmes. Não conseguem encontrar nenhum defeito no outro. Ele sabe cozinhar, é bonito, culto, cheiroso, faz surpresas para ela e não deixa a tampa do vaso levantada. Ela é linda, tem o corpo perfeito, voz mansa, acorda penteada, come de tudo e não engorda, também é culta, sabe cozinhar, pintar, não aperta o tubo de pasta de dentes no meio, enfim, é a nora que toda mãe pediu a Deus.

Nenhuma briguinha, nenhuma tentativa de levar o outro para o seu mundo. Nenhum argumento. Nenhuma borboleta no estômago. Nenhum beijo repentino na chuva. Tudo muito previsível.

Mas nós não somos assim...

Falo por mim. Sou o ser mais virado do avesso que existe. Não tenho um corpo definido, sou inconstante nos sentimentos (em uma hora, estou rindo e no minuto seguinte, estou chorando), sou ansiosa, falo alto, sou destrambelhada, minha risada é marcante, aperto o meio do tubo da pasta de dente, mastigo o pirulito em vez de chupá-lo, vivo queimando a língua com café quente, quero tudo para ontem, vivo sujando toalhas e mesas...rs Como alguém assim pode querer um amor tranquilo?

Hoje vejo que tenho fugir de um amor tranquilo. Claro que não quero aquele amor de novela mexicana, com direito a brigas diárias, crises de choro, idas e vindas... aí também não dá...

Quero a sorte de um amor destrambelhado! Aquele onde os dois são imperfeitos e reconhecem isso. Brigam às vezes, mas sabem que sem os defeitos o outro não teria a menor graça. 

Um dia esse amor aparecerá e de uma forma bem destrambelhada...rs :D

E para encerrar: Cazuza - "Exagerado" (Tão eu...rs)

Só mais uma lágrima...

Apesar do título e da música que escolhi para começar, a última coisa que quero é que essa postagem pareça melancólica!

Vou falar sobre lágrimas... Hoje estava conversando com a Andrea, minha best friend (uma delas...rs), e chegamos à conclusão de que nós duas estamos sofrendo de choro acumulado, precisando colocar para fora muita coisa ruim. Falei "tchau" para ela, disse que ia chorar e logo voltava... E resolvi falar sobre isso aqui no blog!

Desde que o mundo é mundo, o choro já é logo associado à tristeza, e, na maioria das vezes, está mesmo. E a tristeza é vista como algo que deve ser combatido de maneira extrema. Somos todos treinados para ignorar nossas tristezas e escondê-las debaixo do tapete. Só que nos esquecemos que tudo o que fica acumulado, uma hora tem que transbordar. E isso acontece de forma catastrófica.

Acreditem... Eu havia desaprendido a chorar. Não lembro quanto tempo fiquei sem chorar até soluçar, sei que foram anos... E não fiquei sem chorar porque minha vida estava perfeita, como um mar de rosas. Tinha vergonha, achava que só os fracos choravam. E hoje acho o contrário, só quem é forte de verdade tem coragem de colocar para fora aquilo que está incomodando no coração.

Quem me conhece sabe que hoje a coisa mais fácil do mundo é me ver chorar por alguma razão. Choro de alegria, de gratidão, de medo,  de emoção, de raiva e de tristeza também.

Esse período todo de reflexão está servindo para que eu aprenda que a fragilidade e a tristeza fazem  parte da gente. Não quero dizer que todo mundo deva chorar, sofrer e lamentar o tempo todo. "Sofrência" eterna, ninguém merece!!  Mas é extremamente necessário colocar para fora o que sentimos. Não quer chorar na frente de ninguém? Chora no chuveiro, na cama... É libertador! O importante é confrontar a tristeza, é ser forte o suficiente para acabar com o motivo do choro.

Choro acumulado só traz prejuízo. Ninguém merece acumular um monte de choro e soltar tudo de uma vez em horas impróprias, na frente de pessoas que não inspiram confiança. Eu mesma já me fiz de fortona várias vezes e desabei em lágrimas dentro do shopping ou em almoço de família por nada.

Sim, amigo! Você pode chorar! Mas depois não se esqueça de lavar o rosto, tomar uma água e ERGUER A CABEÇA!! Bora seguir... "Tocando em frente"!! Encerro com essa belíssima música do Almir Sater, na voz do Renato Teixeira!

Desejo muitas lágrimas de alívio e libertação para você, querido leitor!! 

"Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais"... ;')

Sobre os fantasmas da gente...

Oiiii, povoooo amadoooo!

Como diria o Rei: "Que saudades de vocês"...rsrs

Hoje comecei o post em grande estilo... Como acontece com todas as músicas que coloco aqui, esta veio por acaso. Estava vendo um vídeo no youtube e apertei nesta música por engano e adorei!

Decidi escrever sobre nossos fantasmas... Calma, medrosos de plantão! Não vou falar de assombração, espíritos e coisas desse tipo. Vou falar dos fantasmas que todos nós temos: os fantasmas da alma.

Isso pode soar até meio poético, mas é a mais pura verdade. Todos nós temos vários fantasmas dentro da gente. E como é difícil lutar contra eles.

Você, meu leitor, deve estar perguntando: "Mas, Juliana, que fantasmas são esses? Você enlouqueceu de vez"! Calma, vou explicar melhor...

Eu ando acompanhada de vários... Minhas imperfeições, meus sentimentos confusos, situações que ainda não resolvi totalmente, lembranças do passado, arrependimentos, decepções... e tantos outros.

Lidar com esses fantasmas é difícil e fácil ao mesmo tempo. Difícil, porque são dores da nossa alma e mexer nesse vespeiro é incômodo demais, acho que não há nada pior do que lidar de frente com aquilo que chateia a gente. E é fácil porque esses fantasmas são criados por nós mesmos, logo somente nós podemos destruí-los. 

Só que tenho uma notícia triste: nunca ficaremos totalmente livres desses fantasmas. Acabamos com alguns, mas logo surgem outros. A vida é assim. Crescer internamente dá muuuuito trabalho e todo dia é dia de mudar alguma coisinha.

O segredo disso tudo é fortalecer a mente e crer que somos mais fortes do que esses fantasmas. E somos mesmo!! 

Temos um poder divino de definir o grau de importância em tudo na nossa vida. E não é diferente com esses fantasmas. Quando temos consciência de que qualquer problema é pequeno comparado à nossa capacidade de superá-lo, tudo se torna mais fácil.

Já falei aqui, acho que um milhão de vezes, que a verdadeira mudança não acontece da noite para o dia. É um trabalho árduo. Eu mesma tenho me esforçado demais. Virei uma chata de galochas...rs Não tem um dia em que eu não me cobre por causa de algum sentimento, de alguma imperfeição... Mas tenho consciência de que não sou o único ser humano que erra e mais: sei que tenho muitas coisas das quais devo me orgulhar.

Quer um exemplo de algum fantasma meu? O Dia dos Namorados. Gente, acho que me incomoda mais que o Dia das Mães e o Natal ( E quem me conhece sabe como é difícil para mim lidar com essas duas datas).

Nessa época, evito até assistir televisão, ficar olhando Facebook... Estou muito feliz neste ano, porque no dia 12 trabalharei o dia todo na escola e no Centro Espírita à noite, logo não terei tempo para curtir a solidão.

É uma imperfeição minha. Eu sei que tenho muitas outras coisas para me preocupar e tal, mas me incomoda...rs 

Seria hipocrisia  da minha parte dizer que não me faz falta alguém por perto. Hoje, valorizo muito meus momentos de solidão, onde posso pensar, refletir, mudar atitudes, pintar, escrever... Mas como diria um trecho da música Wave, de Tom Jobim, "Fundamental é mesmo o amor. É impossível ser feliz sozinho".

Apesar dessas pequenas, estou cada vez mais feliz com minhas pequenas conquistas!! E como é bom ouvir daqueles que convivem comigo: "Você tá diferente"!

E assim a vida segue... Encerro esse emaranhado de palavras com um trecho da música Quem me leva os meus fantasmas, interpretada lindamente pela Maria Bethânia, que embala esta postagem!

"De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala
Nem a falha no muro
E alguém me gritava
Com voz de profeta
Que o caminho se faz
Entre o alvo e a seta.

Quem leva os meus fantasmas?
Quem me salva desta espada?
E me diz onde e a estrada

De que serve ter o mapa
Se o fim está traçado?
De que serve a terra à vista
Se o barco está parado?
De que serve ter a chave
Se a porta está aberta?
De que servem as palavras
Se a casa está deserta?"

Música Wave  de Tom Jobim - Clique para ouvir